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Retinopatia da prematuridade

Avanços da neonatologia permitem atualmente a sobrevida de crianças com idade gestacional e peso ao nascimento extremamente baixos, levando a um aumento do número de crianças com alterações oculares, principalmente a Retinopatia da Prematuridade ou ROP, a qual pode levar à cegueira ou baixa visão.

Retinopatia da prematuridade

Inicialmente conhecida como Fibroplasia Retrolental, a Retinopatia da Prematuridade (ROP) foi reconhecida pela primeira vez, em 1941 por Paul Chandler e Frederick Verhoeff. A retinopatia da prematuridade é uma doença bilateral da retina periférica relacionada à formação anômala dos vasos sanguíneos que atinge recém-nascidos prematuros e sua severidade apresenta uma relação inversa à idade gestacional e ao peso da criança ao nascimento. Em alguns casos, o tecido de novos vasos formados em decorrência da vascularização incompleta da retina pode não regredir espontaneamente evoluindo para uma proliferação fibrovascular em direção ao humor vítreo, formando membranas e trações retinianas. O descolamento da retina pode ser decorrente dessas trações.

Retinopatia da prematuridade

Vários fatores podem estar associados ao desenvolvimento da ROP, tais como peso ao nascimento e idade gestacional baixos (a maioria dos recém nascidos prematuros apresenta peso inferior a 900 g e idade gestacional inferior a 29 semanas), flutuação nos níveis de oxigênio nas primeiras semanas de vida, ser pequeno para a idade gestacional, hemorragia intraventricular, transfusões sanguíneas e alguns fatores de risco maternos.

Retinopatia da prematuridade

No Brasil, mais de 500 crianças ficam cegas a cada ano em decorrência da retinopatia da prematuridade. Diante da disponibilidade do diagnóstico precoce e um tratamento eficaz, torna-se imperativo que a população em risco seja examinada em tempo hábil para que o tratamento reduza a cegueira por esta anomalia.

Retinopatia da prematuridade

Diretrizes brasileiras para a triagem neonatal foram estabelecidas em 2002, no I Workshop sobre Retinopatia da Prematuridade (I WK), organizado pela Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, Instituto Vidi, Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Sociedade Brasileira de Pediatria, onde determinou-se a triagem neonatal nos prematuros com peso de nascimento (PN) < 1.500 g e/ou idade gestacional (IG) < 32 semanas, sob oftalmoscopia binocular indireta (OBI) e dilatação das pupilas, entre a quarta e a sexta semana de vida.

Retinopatia da prematuridade

Estágios da ROP

A Classificação Internacional da ROP definiu a doença de acordo com sua gravidade (estadiamentos 1-5), localização (zonas I-III) e extensão em horas (1-12 h), com ou sem doença plus (dilatação e tortuosidade dos vasos), cuja presença seria um indicador de atividade da doença.

Retinopatia da prematuridade

Retinopatia da prematuridade

Tratamento da retinopatia da prematuridade

Deve ser obtida autorização dos pais/responsáveis para realizar o procedimento, utilizando-se um folheto informativo simples e de fácil compreensão.

É feita ablação da retina periférica avascular 360º, anterior a qualquer ROP, utilizando-se laser de diodo indireto e/ou crioterapia nos seguintes casos

a. Zona I: qualquer estágio com doença plus;

b. Zona I: estágio 3 sem plus;

c. Zona II: estágio 2 ou 3 com plus.

Essas crianças apresentam uma maior chance de desenvolver problemas oftalmológicos tais como estrabismo e ambliopia. Há uma maior predisposição às ametropias, especialmente miopia, sendo que as diferenças no valor refracional estão relacionadas à severidade da Retinopatia e com o tipo de tratamento realizado: crioterapia ou laserterapia. O seguimento oftalmológico após a alta da unidade de terapia intensiva neonatal está sempre indicado.

Baixa visão em decorrência da ROP

A retinopatia da prematuridade pode levar ao comprometimento visual de várias formas. A regressão da doença com presença de tração retiniana e deslocamento macular, descolamento parcial ou total da retina de ambos os olhos constituem uma causa ocular para a baixa visão nas crianças prematuras.

As respostas visuais dos bebês devem ser monitoradas pelo menos a cada três meses durante o primeiro ano de vida. Muito do que seria considerado baixa visão, na realidade trata-se de um atraso do desenvolvimento que pode ou não vir associado a outras deficiências, em especial em crianças prematuras.

Retinopatia da prematuridade

A avaliação da acuidade é importante e pode ser feito através do teste de olhar preferencial com os Cartões de acuidade de Teller (saiba mais). Quando o descolamento de retina está presente, devemos pesquisar em qual campo visual a criança percebe os estímulos visuais. Mesmo com respostas desencorajadoras, a prescrição da correção óptica deve ser considerada.

A visão é a principal forma de comunicação e aprendizado no primeiro ano de vida interferindo consideravelmente no desenvolvimento global do lactente e a presença de uma alteração ocular nesse período constitui uma barreira para a este desenvolvimento. A estimulação visual e o trabalho conjunto entre terapeutas e oftalmologistas são fundamentais para que o lactente tenha a oportunidade de desenvolver ao máximo seu resíduo visual ao longo dos primeiros anos de vida. Na realidade, nesses casos realiza-se uma habilitação visual e quanto mais precoce, melhores os resultados obtidos.

Retinopatia da prematuridade

As modificações do meio ambiente, magnificação e orientação aos familiares são de extrema importância para que essas crianças utilizem esse canal de comunicação com o mundo.